O ainda esfomeado fundo eleitoral brasileiro, por Frederico Cortez

COMPARTILHE A NOTÍCIA

Frederico Cortez é advogado, sócio do escritório Cortez&Gonçalves Advogados Associados. Especialista em direito empresarial. Co-fundador do Instituto Cearense de Proteção de Dados- ICPD-Protec Data. Consultor jurídico e articulista do Focus.jor. Escreve semanalmente.

Por Frederico Cortez
cortez@focuspoder.com.br
Quem disse que o poder não é do povo? É sim! Prova maior não há do que a recente polêmica (para não chamar de outro nome) da tentativa de majorar o fundo eleitoral brasileiro de R$1,8 bi para R$ 3,8 bi. O barulho foi grande e em benefício da sociedade brasileira. Não é por que há uma sobra de dinheiro, que o mesmo deva ser desperdiçado (isso mesmo!) com gastos de campanha eleitoral. Afinal, o Brasil é uma República (res publica = coisa pública).
Ao escrever recentemente o artigo intitulado “O esfomeado fundo eleitoral brasileiro” aqui no Focus, recebi o rótulo de sonhador, de iludido e de ser fora da realidade. Pois bem, aí está o resultado. Não que o passo atrás dado pelo Congresso Nacional em reduzir o famigerado e desnecessário fundo eleitoral, tenha sido tão somente pelo meu escrito. Longe disso. Foi um conjunto de forças, digo. A sociedade em geral mandou seu recado, e a imprensa também exerceu o seu papel de fiscalizador da coisa pública (República).
Finalzinho de 2019, já entrando no ano “vinte vinte” e eis que ainda têm políticos com a velha mania de achar que dinheiro público é para ser torrado ao seu bel prazer. Não é não, viu senhores! Se há um excedente financeiro que se aplique no que mais o povo necessita: saúde, educação, segurança pública e saneamento básico. Há que se observar que muitos componentes da “velha-guarda” da política pensa que seus atos e condutas passam desapercebidos. Olha só, caros eleitos, hoje ninguém passa mais desapercebido e quanto mais no mundo da política.
Aprovar um aumento de quase R$ 2 bilhões por meio de uma votação simbólica! Sério isso? Esperando ainda uma justificativa inteligente para essa marmota.
Soma-se ainda que a função da Fundo Eleitoral de Financiamento de Campanha (FEFC) não exige tanto recurso assim, em tempos de internet e redes sociais. Ora, Certo que 100% do eleitorado brasileiro não possui smartphone e nem tem acesso à internet. Porém, qual a necessidade de se produzir toneladas de material gráfico de candidatos? Até agora, procurando uma resposta. Sem falar que essa via é bastante conhecida para o desvio do fundo eleitoral.
A montanha de R$ 3,8 bilhões merece uma aplicação inteligente e não para o uso próprio (sim, próprio) de candidatos em favor de suas candidaturas. Não é o dinheiro que elege e sim o voto do cidadão. Prova disso foi a eleição do presidente Jair Bolsonaro, que sequer chegou perto dos R$ 2 milhões e foi eleito. Outro candidato jogou pelo ralo o enorme valor de R$ 39,2 milhões como foi o derrotado petista Fernando Haddad.
Senhores e senhoras habituais e dependentes do mundo político, o mundo mudou e a sociedade não ficou para atrás. Foi-se o tempo de que falar bonito e colocar criancinha no colo ganhava voto. O novo candidato deve mostrar serviço e qual a sua motivação para representar o eleitor seja no seu município, estado ou no planalto central. R$ 2 bilhões de reais para o fundo eleitoral ainda é muito, mas muito dinheiro mesmo para se derreter em eleição. E a sociedade deve ficar sempre atenta, pois a fome do fundo eleitoral brasileiro não há cirurgia bariátrica que dê jeito.

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

GM vai montar elétrico Spark no Ceará: importante fato novo industrial — e ativo político para Elmano

“Vamos pra cima”: Elmano endurece discurso em meio à onda de violência no Ceará

AtlasIntel: entre criminalidade e economia estagnada, Lula vê erosão no apoio e avanço de Tarcísio

Chiquinho Feitosa reúne Camilo, Evandro e Motta em articulação para 2026

A disputa no Ceará e os passageiros do carro dirigido por Ciro Gomes

Do cientista político Andrei Roman (AtlasIntel): Lula não é favorito em 2026 porque perdeu o ‘bônus Nordeste’

Vídeo de Ciro no centrão: discurso contra Lula e aceno à centro-direita e centro-esquerda

O roteiro de conversas e articulações que aponta Ciro candidato no Ceará

O que você precisa saber sobre a venda da Unifametro para o grupo que controla a Estácio

Disputa entre Ceará e Pernambuco derruba comando da Sudene e escancara guerra por trilhos e poder no Nordeste

Guararapes, Cocó e De Lourdes têm a maior renda média de Fortaleza. Genibaú, a menor

Moraes manda Bolsonaro para prisão domiciliar após vídeo em ato com bandeiras dos EUA

MAIS LIDAS DO DIA

MP Eleitoral não acata pedido de prisão de Ciro, mas pede restrições cautelares

PDT fluminense sonha com Ciro para disputar Governo do Rio de Janeiro

Turismo brasileiro registra maior faturamento da série histórica e soma R$ 108 bilhões no semestre

Fux diverge de Moraes e Dino e vota por anular processo da trama golpista no STF

A última jogada do STF no tabuleiro do Golpe de 8 de janeiro – Moraes (rainha) já apontou o ex-rei (Bolsonaro) como chefe do golpe; Fux (bispo) tenta anular tudo

Fortaleza registra deflação de 0,07% em agosto com queda de energia e alimentos

Ceará inaugura terminal multimodal de cargas frias no Pecém com investimento de R$ 105 milhões

Quando o sentido chega depois; Por Gera Teixeira

E agora, Padre Melchior? Por Paulo Elpídio de Menezes Neto